sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O Interruptor.



Ele fica me olhando, acende dúvidas impertinentes.
Mas não ilumina.
Apago ou não apago?

As vezes quero ficar num escuro, acender a vela e rezar.
Uma reza para almas, santos, meu avô e minha alma.
Acho que o que a vela reflete é mais natural e me faz melhor.
Luz Elétrica, "Luz para Todos", muita Engenharia e Politicagem.
Fico com a parafina derretida que nos queima de uma forma que não dói.
A lâmpada quebra e devemos trocá-la periodicamente.
E a luz pode ser cortada por falta de pagamento
Quanto custa para manter uma chama? Um fósforo ou duas pedras?
Pra apagá-la somente um assopro.

A vela deixa cinzas de seu pavio, como o eu do que me queima.
Um dia jogo tudo no jardim. Vira adubo e vida novamente.
Também deixa esculturas tímidas do que se derreteu.
E o que se derrete? Humanos Líquidos.
As coisas não terminam.

Acabou a Luz!
“E agora, José?”
Pega a Vela.


Daí um dia apague-a e faça um pedido!
Ou vai velejar!



Carolina

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