sábado, 19 de setembro de 2009


"Lágrimas são irmãzinhas, sempre andam duas a duas, quando tu choras, as minhas vão logo beijar as tuas..."


Não me mostre, não me fale, muito menos , ao pé do ouvido, porque se eu ler de novo volto atrás.

Volto pra andar de mãos dadas e pra limpar aguinha que escorre.

Volto, desobediente como sou, volto.

Mas digo...a desobediência foi o único peculiar atalho que me fez a poesia, e teimando, me trouxe sempre voce.

Ando comportada...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Retiro-me da Velocidade Contemporânea.

Quem se acostuma a essa vida rápida, vazia e cheia na caixa de entrada, pouco se ambientaliza com o silêncio de si próprio.
E quando se depara consigo mesmo, quer logo encontrar a saída, sua caixa de saída.
Pouco se pára.
O contemporâneo despara o alternativo, as alternativas, o novo. Despara a busca, sem limite de velocidade, pelo que ainda há de vir e nos permitimos a essa limitação pintada de sem fronteira, liberdade.
Liberdade essa que brutalmente nos aprisiona.

Quando nos permitimos o limite, abrimos espaços ilimitados a estagnação. Sim, à ausencia de progresso.
E a estagnação nos acostuma e criamos hábitos.
Hoje, me deparei (as férias me obrigaram a parar) com a ausência de todas as alternativas que estava acostumada a ter.
Caixa de entrada cheia, trabalho, pessoas, telefonemas, e futilmente scraps.
Paraceu-me que todos resolveram ir ou como eu, parar.

A prisão nos permite a um espaço de reflexão de nossos atos, de nós mesmos? Sim, mas a atual prisão nos proporciona o contrário.
O leque de possibilidade que a teconologia nos orferta minuto a minuto, nos afasta da liberdade, do instinto da vida. Vida, vida, sabe?!
Nos aproximamos do mais distante, e nos distaciamos do mais próximo.
Progresso, liberdade, alternativas, escolhas, novo, parecem estar ligados a teconologia,a melhor qualidade de vida, não?
E de fato está, porém, contraditoriamente, de forma brutal nos retira da vivência com si mesmo.
E olhar pra dentro, ficar sem se comunicar com o mundo por 24 horas, progredir seu silêncio, sua paz, dá a sensação de sermos limitados. Sensação de novidade.

Hoje vi que estar sozinho é novo.
E me acostumar com isso, vai custar a minha própria velocidade.
Porém, decido-me por pisar nos freios, sair do castigo e procurar o que está fora da linha de fronteira.
E digo mais, permitir-me a constante de estar nas minhas próprias linhas, ou melhor, nas entrelinhas.

segunda-feira, 4 de maio de 2009


Amor e Ódio, dois apaixonados em crise.
Inimigos sem causa.
Dois amantes longe de cafunés.
O coração moradia.
Mochileiros da via de mão única.

Ali na frente, bem ali, eles logo se encontram.

Atingidos: Humanidade.
Sintomas: Todo o Paralelo.

Permita-se a Eternidade.
Porque de alguma forma é indispensável existir.
A liberdade é a cura.
Se a sociedade assim soubesse, seria menos pálida.

Viver.

terça-feira, 14 de abril de 2009


" Na paz do nosso Amor"
É estranho o modo pelo qual escolhemos.
Decididos queremos e vulgarmente “desistimos”.

É desonesto a forma que escorre, escorre entre os dedos.
Escapa do coração.
Derrete.
Liquida.

Retrocedemos.

E quando estamos na estrada certa, o primeiro obstáculo nos faz pensar que a estrada é torta e que o motorista é desatento. Ou ausente, daqueles que não lavam o carro no dia de sábado.

Mas pensar...é só pensar

Aí sofremos acidente, porque fugiu do controle, do pensamento.
Bateu de frente.
Dor, perda e machucado.
Descoberta.
Nostalgia, desejo, amor. Amor?

De seguro nada está coberto.

E pensar, é só pensar.
Sentir é ver com olhos do coração.
Por isso, é atento o motorista, e linear é a estrada.
Está tudo ali no lugar que deve estar.

Permanecer? É precoce afirmar.
Porque tem muito pra amanha!


O que está em jogo?

segunda-feira, 2 de março de 2009


"Todo escritor precisa de um mecenas. Seja ele um segundo emprego, a loteria, ou, no melhor dos casos, o público leitor."

Falar do sistema implica o capitalismo, impunidade, crise e pobreza, por isso sempre digo de mim, do que sinto e do que quero.
Minhas desigualdades são mais justas, por isso as descrevo, as exponho.

Do que não quero, não preciso dizer, a sociedade ta ai, grita no seu showzinho diário e barato, sempre com pressa, olhando de pressa, e comendo suas presas fáceis.

Meu blog não tem os que não sabem, como público alvo. E os que sabem demais, não, não são pra eles as silabas, palavras e leitura, não são esses meus leitores.
Aprofundar nas minhas entrelinhas, arrancam o que eles tem de mais precioso, a arrogância.

Meus fiéis..são os identificadores do meu instante. São para os foliões de “ todo amor que houver nessa vida” que eu digo e mostro.

O que movimenta meu capitalismo é o meu amor, é esse meu lucro. Meu capitalismo com crise, altos e baixos, débitos e créditos. Moeda cara. Juros altos.
Coração que contrata, e nunca manda embora. Investir, investir e investir. Retorno? Ta aí uma coisa que tenho saudade.

E em contrapartida, o sistema que domina os desejos mais inuteis de uma sociedade fútil, de repente, é só um reflexo seu. Raso e vago.

Quem vai pagar o que me devem?
Será que sabe de nossa divida?
De vida?
Sabe?

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009


" Amora em flor, boca do povo são palavras de amor."

A folia lá fora, e a redação consumindo tudo aqui dentro.

Palavras na ponta dos dedos para formar o lead do confete e da purpurina.
E os sentimentos pulando como foliões de primeira viagem, onde o samba salta para os dedos indicadores, que dançam como pés de madrinha de bateria.

Aí o Reco reco e a cuíca marcam hora, a hora sai atrás do bloco, o bloco passa e ganha banho de mangueira.
Inconfundíveis o Reco reco e a cuíca e se esbarram na esquina das marchinhas, os olhos falam, e caem arteiros e dengosos na folia.

Folia, folia de carnaval. Sem entender o enredo, Reco Reco beija a Cuíca...como se não houvesse mais outros próximos carnavais.

Foi ali o instante-já. O Agora que era pra se ouvir...consumir.

O Agogô e Tamborim, tentam a tocar, porém Cuíca só combina com Reco Reco, que a tira da roda.
Reco Reco toca Cuíca e Cuíca toca-o. Ela cochila ao som dele, que soa aos ouvidos como respiração que quer inalar tudo. Mas um tudo que ambos não sabem. E não sabem ouvir.

E nesse não saber...Reco reco foge, porém a estrada abdica a passagem, pra ele se redimir.
Cuíca dorme vazia, mas acorda sonhando.

E a bateria? Ahhh ela, imita meu coração!!!!

Avenida: Começo. Meio e Fim.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Sim, minha bagunça!


"A isso queria chamar desorganização, e teria a segurança de me aventurar, porque saberia depois para onde voltar: para organização anterior."

Tenho repulsa dessa minha desorganização e tudo que contribui pra ela continuar assim...desorganizada.
Dela me aproximo cada vez mais, mais intensa e mais intima.
Arrumar? Poderiam achar que é uma boa saída.
Porém, eu não. Sempre vem um e bagunça!

Cresci lendo aquele método de organização:
Sujou, limpa
Abriu, fecha.
E assim por diante. Leis do equilíbrio doméstico.

Métodos não funcionam nem para objetos, tampouco para nós mutantes.
Meus métodos são camaleões. Estão sempre indo, mudando.
Falando assim parece que não há repulsa. É, talvez eu queira alguém pra arrumar, arrumar alguém, ficar ali dobradinho.
Ou não, acho que eu quero mesmo é o fora do lugar, o amassado.

Ficar assim... tudo de pernas para o ar.
Posso respirar melhor.

" O Mundo inteiro terá que se transformar pra eu caber nele." Clarice Lispector

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Para lê-la!



Negando e tornando-se.
Paralela a vida é assim...
E acreditem, a ironia é um talento.
Como um exercício de continuidade.

Entre minha vista e meu coração estabeleceu-se um acordo!

Adivinhe?

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Ela me descreve!


Mulher, entre e sinta-se em casa!


"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.
Tais momentos são meus segredos. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade.
Tenho medo apenas de viver o que não entendo. É uma benção estranha.

Sou um o quê? Um quase tudo.

Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita.
Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar.
Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou.
Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."
Clarice Lispector
Sinto ainda que ela me descreve de alguma forma...dos pés a cabeça.