quarta-feira, 8 de julho de 2009

Retiro-me da Velocidade Contemporânea.

Quem se acostuma a essa vida rápida, vazia e cheia na caixa de entrada, pouco se ambientaliza com o silêncio de si próprio.
E quando se depara consigo mesmo, quer logo encontrar a saída, sua caixa de saída.
Pouco se pára.
O contemporâneo despara o alternativo, as alternativas, o novo. Despara a busca, sem limite de velocidade, pelo que ainda há de vir e nos permitimos a essa limitação pintada de sem fronteira, liberdade.
Liberdade essa que brutalmente nos aprisiona.

Quando nos permitimos o limite, abrimos espaços ilimitados a estagnação. Sim, à ausencia de progresso.
E a estagnação nos acostuma e criamos hábitos.
Hoje, me deparei (as férias me obrigaram a parar) com a ausência de todas as alternativas que estava acostumada a ter.
Caixa de entrada cheia, trabalho, pessoas, telefonemas, e futilmente scraps.
Paraceu-me que todos resolveram ir ou como eu, parar.

A prisão nos permite a um espaço de reflexão de nossos atos, de nós mesmos? Sim, mas a atual prisão nos proporciona o contrário.
O leque de possibilidade que a teconologia nos orferta minuto a minuto, nos afasta da liberdade, do instinto da vida. Vida, vida, sabe?!
Nos aproximamos do mais distante, e nos distaciamos do mais próximo.
Progresso, liberdade, alternativas, escolhas, novo, parecem estar ligados a teconologia,a melhor qualidade de vida, não?
E de fato está, porém, contraditoriamente, de forma brutal nos retira da vivência com si mesmo.
E olhar pra dentro, ficar sem se comunicar com o mundo por 24 horas, progredir seu silêncio, sua paz, dá a sensação de sermos limitados. Sensação de novidade.

Hoje vi que estar sozinho é novo.
E me acostumar com isso, vai custar a minha própria velocidade.
Porém, decido-me por pisar nos freios, sair do castigo e procurar o que está fora da linha de fronteira.
E digo mais, permitir-me a constante de estar nas minhas próprias linhas, ou melhor, nas entrelinhas.

Um comentário:

Alex... disse...

Essa velocidade me assombra tambem... Mas tenho a impressao que tudo tem um preco... E com a tecnologia nao seria diferente! Mas o mais importante e pararmos... Sentirmos que o silencio nos e vital!!!

Lindo texto!